Buffy The Vampire Slayer S1

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“This is my first day. I was afraid that I’d be behind on all my classes, that I wouldn’t make any friends, that I would have last month’s hair. I didn’t think there would be vampires on campus.”

Com estas ominosas palavras, se dava início àquela que iria tornar-se numa das maiores séries de culto dos anos 90. Depois do fraco filme que nos introduziu à personagem, a ideia de Joss Whedon, de transpor “Buffy the Vampire Slayer” para o pequeno ecrã, transformou-se num dos maiores casos de sucesso de sempre, com direito a várias temporadas, spin-offs na televisão e na banda desenhada, um êxito junto da crítica e dos fãs. E tudo isto graças a uma jovem loura que apunhala vampiros pela noite fora.

Com a mudança para uma nova cidade, Buffy Summers (Sarah Michelle Gellar) julgou que podia deixar para trás os problemas de Beverly Hills e começar uma nova vida numa terra mais calma. Mal sabia ela, no entanto, que Sunnydale estava longe de ser o paraíso esperado, revelando ser, na verdade, o lugar da convergência mística de todo o Mal. Com a ameaça do terrível The Master (Mark Metcalf) à espreita, Buffy vê-se novamente obrigada a aceitar o seu destino e a combater todos os vampiros e demónios que a atacam constantemente, até à concretização da profecia final. Para isso, conta desta vez com a ajuda preciosa de Giles (Anthony Stewart Head), bibliotecário part-time do liceu, Observador e figura paterna a tempo inteiro, e dos amigos Willow (Alyson Hannigan) e Xander (Nicholas Brendon), que a irão acompanhar em todas as suas aventuras a partir de agora.

Como muitas outras séries, também “Buffy The Vampire Slayer” sofre, ao longo desta primeira temporada, de tentar agradar a um público muito diverso. Os clichés da vida na escola secundária abundam, não apenas devido ao facto de a crítica a esta fase da vida ser um dos objectivos de Whedon, mas também porque os actores não cse encontram ainda confortáveis com as suas personagens. Este problema identifica-se especialmente em episódios como “Teacher’s Pet“, “The Pack” ou mesmo “I Robot, You Jane“, na figura de cartão que é Cordelia (Charisma Carpenter) e na introdução sofrível à personagem de Angel (David Boreanaz), sem dúvida o elemento mais fraco deste conjunto. Felizmente, ao longo da série os actores vão-se revelando melhores nos seus papéis, e a história torna-se mais coesa. “Nightmares” é, provavelmente, o episódio em que a série começa a revelar algo mais do que uma simples fórmula de “monstro da semana”, permitindo-nos descobrir melhor as personagens, e, quando chegamos ao confronto final com o Master em “Prophecy Girl“, descobrimos uma série diferente daquela que inicialmente encontrámos. Uma série onde o humor continua tão mordaz como de início, onde a cultura popular nunca deixa de marcar presença e a devida homenagem aos filmes de horror B continua a ser notória mas, também, uma série onde lidamos com os problemas de crescimento dos adolescentes, com as expectativas que, à volta destes são criados, e com os desafios que estes terão de vir a enfrentar. Uma série onde a protagonista e os seus melhores amigos tentam sobreviver à adolescência

Mais do que debruçarmo-nos sobre os (vários) problemas que os primeiros doze episódios apresentam, fazer uma análise a esta primeira temporada revela-se mais interessante quando sabemos o rumo que a história irá tomar ao longo das temporadas, quando conhecemos a evolução destas personagens que irão ser marcantes no panorama televisivo. “Buffy The Vampire Slayer” pode não ser a melhor série de sempre, e esta primeira temporada certamente não será nunca considerada a sua melhor… mas consegue, ao mesmo tempo, deixar-nos já uma visão do que está para vir. E, por isso, merece um reconhecimento próprio.