House S4

So, here we are, the big moment. Which of you gets to live to be abused another day, and which of you goes home and rationalizes being fired as character building.

Quando, há muitos anos atrás, se iniciou este vício, ficou desde logo estabelecida a preferência por séries que apresentem arcos de história contínuos, que respeitem a continuidade e nos deixem a amaldiçoar a televisão cada vez que, no final do episódio, aparecem as fatídicas palavras “to be continued”. Talvez por isso nunca houve grande paciência para seguir os tão famosos “procedurals”, onde o mistério é estabelecido, investigado e resolvido em cada episódio. Mas, de vez em quando, surge uma série deste género que se destaca, e entre estas, House é sem dúvida o melhor.

Há séries que valem pela sua premissa interessante, pela acção explosiva, pelo mistério que apresentam ou, simplesmente, pelo humor diferente. E há outras, como House, que valem pela oportunidade de ver um grande actor em acção. Se Hugh Laurie sempre foi o grande motor por detrás desta série, na quarta temporada conseguiu provar que não precisa de mais ninguém para fazer a festa. A reviravolta trazida pela saída de personagens antigas como Chase (Jesse Spencer), Cameron (Jennifer Morrison) e Foreman (Omar Epps), deixava uma incerteza pela direcção da série, especialmente depois de uma temporada que começou bem, mas que rapidamente teve uma quebra de qualidade mas, por outro lado, representava também uma oportunidade de mexer numa história que corria sérios riscos de estagnar após tantos episódios. Felizmente, a aposta foi ganha, e a quarta temporada de House regressou à qualidade a que nos tinha habituado.

Sem equipa com quem trabalhar, e sem os seus habituais alvos, House continua mesmo assim a resolver os mais incríveis mistérios médicos, servindo-se do pessoal de apoio do hospital para as suas divagações. Alone, o primeiro episódio da temporada, é um óptimo testemunho da força de Hugh Laurie no seu papel, e uma prova de que não é preciso muito mais para ter um óptimo episódio, mas também nos obriga a reconhecer a falta que faz uma equipa que possa ser torturada por House. A componente humorística sempre esteve em destaque nesta série, com a ajuda de um humor negro muito próprio da personagem principal, e é por isso bem vinda a competição ao estilo Survivor estabelecida por House para preencher as três vagas deixadas pela antiga equipa. Mesmo sabendo de antemão que a selecção não poderia arrastar-se pela temporada inteira, não deixa de ser divertido ir conhecendo os diversos intervenientes, descobrindo os seus segredos e suas personalidades, que podem por vezes surpreender, como Cole (Edi Gathegi) em You Don’t Want To Know, ou tornarem-se icónicas, como a Cutthroat Bitch da grande revelação do novo elenco, Anne Dudek. E muito embora a escolha final dos candidatos nos deixe receosos de um retornar à fórmula anterior da série, especialmente com a escolha da Thirteen de Olivia Wilde, que não é mais do que uma cópia de Cameron, a verdade é que a opção por episódios diferentes como Whatever It Takes e Frozen mostram que ainda há algo por explorar neste universo. E que, por vezes, lúpus pode mesmo ser a resposta correcta.

Com uma nova equipa, e com a presença constante (se bem que subaproveitada) da equipa antiga, não faltaram personagens com quem lidar nesta quarta temporada, mas é quando se foca no seu núcleo central House-Wilson-Cuddy que a série mostra o seu grande valor. A relação entre House e Wilson (Robert Sean Leonard) sempre foi uma das mais importantes da série – aquela em que House mais se apoia, mas também aquela que mais sofreu ao longo das temporadas. Cada vez que pensámos que Wilson estaria farto de sofrer, de ser preso, de ver a sua vida a andar para trás com a perseguição de Tritter, ele regressava para ajudar o amigo. Mas com os eventos do espectacular House’s Head, um episódio que ficará marcado na história da série pela recriação do desastre, pela brilhante reviravolta que trouxe à história, e por uma certa cena que pôs a maioria dos espectadores masculinos da série a babar pela Cuddy de Lisa Edelstein, tudo promete vir a mudar. O coração partido de Wilson não será tão fácil de sarar quanto as doenças dos restantes pacientes que passaram pelo Hospital de Plainsborough, e promete vir a afectar mesmo o médico mais insensível de sempre. Espera-se apenas que a quinta temporada consiga manter a grande qualidade que na anterior foi apresentada.

7 thoughts on “House S4

  1. @Tiago: Não sei se volta, mas pode ser que sim. Foi um belo episódio esse.

    @Mariana: O início da temporada não foi grande coisa, por acaso… quem sabe não melhora com o 2° episódio.

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