Prison Break S3

Os fãs de séries de televisão são frequentemente confrontados com um dilema: saber quando parar. Ao contrário dos filmes, com o seu início, meio e fim pré-estabelecido, os 42 minutos de uma série podem rapidamente estender-se a muitas horas em frente ao televisor, com a ajuda de sucessivos cliffhangers que não deixam descansar até chegar ao último episódio. Esse é o nosso problema.

Já do outro lado do ecrã, o grande problema é saber parar quando se está a ganhar, e se esta terceira temporada de Prison Break consegue provar algo, é como a ganância pode estragar uma boa série.

2005 foi o ano de ouro para Prison Break, uma série que trazia consigo a promessa de uma história inteligente, bem estruturada, com boas interpretações e que nos deixava agarrados ao ecrã à espera de saber como se iria desenrolar o cuidadoso plano. 2006 começa de forma irregular, com muita confusão e correrias, para mais tarde estabilizar e apresentar uma interessante trama de conspiração, que apenas pecou por não ter sido concluída. 2007, infelizmente, traz consigo o regresso às quatro paredes, naquela que deveria ser uma das piores cadeias da América Latina, mas que acaba por tornar-se numa amálgama de clichés ridículos e inacreditáveis, com uma história sem rumo e pejada de más interpretações

Acabado de chegar a Sona, Michael (Wentworth Miller) não tem tempo para descansar e aproveitar o sol do Panamá, ao ver-se imediatamente forçado a arranjar um plano para tirar da cadeia Whistler (Chris Vance), um misterioso pescador que parece ser de vital importância para a Companhia. Com Lincoln (Dominic Purcell) desta vez do lado de fora, Michael tem de lidar dentro das quatro redes com o chefe da prisão, Lechero (Robert Wilson), a constante pressão de Mahone (William Fichtner), sem esquecer a irritante presença de Bellick (Wade Williams), tudo se quiser salvar A.J. (Marshall Allman) e Sara (Sarah Wayne Callies) das garras da Companhia. Mas Whistler é muito mais do que um simples pescador, e a sua ligação à perigosa Gretchen (Jodi Lyn O’Keefe) mostra que a conspiração chega mais fundo do que se pensava.

Começa, com esta premissa, uma série de 13 episódios cheios de avanços e recuos, que vão desde ideias interessantes subaproveitadas (os problemas de saúde de Mahone), ao simples recontar histórias antigas (toda a história de McGrady, interpretado por Carlos Alban), e mesmo a histórias paralelas completamente desnecessárias, como todos os momentos dedicados a Sofia (Danay Garcia), que em nada contribuem para a história. Juntando a isto a permanência ridícula de Sucre (Amaury Nolasco), cuja história não evoluí desde o início da segunda temporada, e toda a inacreditável polémica em redor de Sara, a terceira temporada de Prison Break é prova de que esta série já deu o que tinha a dar, e que devia finalmente ser enterrada.

Infelizmente, consequência da greve, os treze episódios não foram suficientes para terminar a história, e uma quarta temporada está já nos planos, com uma possível mudança de género, de acção/aventura para ficção científica e sobrenatural, a acreditar nas últimas notícias relativas ao elenco. Resta saber o que mais irão inventar para estas personagens. Deste lado, espera-se apenas que a série mude de direcção, e que a próxima temporada seja dedicada a T-Bag (Robert Knepper), o psicopata mais divertido da história da televisão.

7 thoughts on “Prison Break S3

  1. Realmente, foram pouquíssimos os bons momentos nessa terceira temporada de PB. A quantidade de fugas frustradas, aquela vilã de desenho animado, aquele clima surreal de Sona… uma pena. Se a série tivesse terminado na segunda temporada, entraria para a história. Agora está se tornando uma piada.

    Abraço!

  2. @vitoscano: Ver? Bom, eu já nem vi a terceira temporada… digamos que ouvi, e de vez em quando olhava para o monitor. Definitivamente perdeu todo o interesse…

  3. Devo ser a pior pessoa para falar de Prison Break, porque gosto da ideia/conceito, mas não tenho paciência para a incontinência narrativa.
    O primeiro comentário fala de fugas frustradas, e a primeira série? Quantas teve? Sinceramente fartei-me do acontece/afinal não/ooops, deu barracada, para a semana é que é, era.
    Não achei esta temporada pior do que as anteriores, achei igual, com a diferença que demorou menos, por isso foi melhor, para mim. Se tivesse 24 episódios, a trama seria quase a mesma, foi isso que ficou provado nas duas séries anteriores.
    Ora, esticar a fuga de uma prisão a 24 episódios parece-me sado-masoquismo puro.
    Se a ideia de fazer o spin-off continuar, desisto. Esta gente não percebe nada. É render a galinha até mais não.
    Beijinhos e abraços

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